ATA DA DÉCIMA QUARTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 06-3-2014.
Aos seis dias do mês de
março do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Paulo
Brum, Professor Garcia e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de
quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, João Derly, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein e
Waldir Canal. Do EXPEDIENTE, constou Carta nº 032/14, de Márcio Antônio de
Oliveira, Secretario Geral do ANDES – Sindicato Nacional. Após, por solicitação
dos vereadores João Carlos Nedel e Clàudio Janta, foi efetuado um minuto de
silêncio em homenagem póstuma a Antonio Gilberto Lehnen, falecido no dia vinte
e oito de fevereiro do corrente, Cláudio Correa, falecido no dia primeiro de
março do corrente, e Ivo de Castro. A seguir, o Presidente concedeu a palavra,
em TRIBUNA POPULAR, a Valmor Almeida Guedes, Vice-Presidente da Associação dos
Servidores do Grupo Hospitalar Conceição, que discorreu sobre problemas em
termos de recursos humanos e materiais enfrentados por essa instituição. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Pedro Ruas,
Jussara Cony, Dr. Thiago, Clàudio Janta, Tarciso Flecha Negra, Idenir Cecchim e
Engº Comassetto manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Pedro Ruas. A seguir, o
Presidente concedeu a palavra a Valmor Almeida Guedes, para considerações
finais sobre o tema em debate. Às quatorze horas e quarenta e nove minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
cinquenta e um minutos.
Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Engº Comassetto,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
os vereadores Clàudio Janta, Alceu Brasinha, Jussara Cony, Engº Comassetto,
Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim, Kevin Krieger e Delegado Cleiton. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Pedro Ruas, Márcio Bins Ely, este
em tempo cedido pelo vereador Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol, Dr. Thiago e
Valter Nagelstein. Durante a
Sessão, a vereadora Jussara Cony e os vereadores Clàudio Janta, Dr. Thiago,
Pedro Ruas e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca de assuntos diversos.
Também, foi registrada a presença, neste Plenário, de Arlindo Ritter e de Tarso
Boelter, Diretor-Geral do Departamento Esgotos Pluviais. Às dezesseis horas e
doze minutos, constatada a inexistência de quórum, a Presidenta declarou
encerrados os
trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor Garcia,
Delegado Cleiton e Márcio Bins Ely e pela vereadora Lourdes Sprenger e
secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para um
Requerimento.
O SR. CLÀUDIO
JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Ivo de Castro,
um mineiro que morava na nossa Cidade e a adotou, um grande sambista; e pelo
falecimento do Sr. Cláudio Correa, o Sabiá, que jogou na Taurus, na Renner,
morador da nossa Cidade.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Antonio
Gilberto Lehnen, Cidadão Honorário de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Deferidos os pedidos.
(Faz-se um
minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Passamos à
A
Tribuna Popular de hoje tratará de assunto relativo à situação do Grupo Hospitalar Conceição. O Sr. Valmor Almeida Guedes, Vice-Presidente da Associação
dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. VALMOR ALMEIDA
GUEDES: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras,
Srs. Vereadores, população presente, boa-tarde; eu falo em nome da Associação
dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição. Estamos aqui novamente para
tratar da situação do GHC e suas consequências para as condições de trabalho
dos funcionários, para o atendimento aos usuários e para o sistema de saúde em
Porto Alegre. O GHC é o maior grupo hospitalar do Rio Grande do Sul, é
prestador de serviço ao Município de Porto Alegre, através da contratualização,
que atende, desde a Atenção Básica, nos postos, até o atendimento mais
complexo.
A
nossa vinda aqui é para alertar que a crise que foi tornada pública no final do
ano passado, quando do cancelamento de cirurgias e outros fatos, continua forte
no GHC. É necessário que a sociedade atente para isso. Em tempos de crise, o
natural é buscar a união. Com a soma do saber de cada um, é possível encontrar
soluções para muitas coisas. Logo, quando o normal seria a gestão do GHC
aproximar-se dos funcionários para sair da crise, o que vemos é a opção pelo
conflito, pelas perseguições, pela precarização das condições de trabalho. A
cada dia mais os funcionários buscam a Associação para reclamar. Não são
aproveitadas as experiências e conhecimentos dos funcionários. O desestímulo é
uma consequência óbvia dessa situação.
Os diálogos que acontecem nos corredores – muitos
Vereadores aqui presentes conhecem servidores do Conceição, médicos e
funcionários de outras funções de apoio – chegam sempre a uma conclusão: na
verdade, a crise que temos no GHC é uma crise de gestão. Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores, para exemplificar o que falo aqui, vou citar alguns fatos e
situações: obras e reformas de vulto, inauguradas nos últimos sete anos, já
passaram ou estão passando por novas reformas. E vem a pergunta: não foram
planejadas?
A Emergência do Conceição, todos sabem que um tempo
atrás teve que fechar uma ala, prejudicando o sistema de saúde em Porto Alegre,
porque precisou passar por uma readequação do seu projeto. Quanto ao novo Bloco
I, que foi inaugurado há pouco tempo – uma coisa bem objetiva –, os técnicos
eletricistas do Grupo, capacitados, afirmam que foram usados reatores
inadequados para as luminárias – isso já foi motivo de um acidente, um curto
numa luminária, que gerou correria, precisando retirar pacientes do quarto. A
UTI do Conceição foi interditada para higienização, pela grande quantidade de
bactérias – todos ficaram sabendo disso. Nesse ponto, é importante destacar
que, naquele episódio da entrevista que o então Ministro da Saúde colocou, a
entrevista que ele concedeu na época não esclareceu toda a verdade do que
aconteceu na UTI. Naquela entrevista, ele afirmou que a contaminação – uma
heresia – era culpa dos funcionários, pois foram encontradas bactérias nas
torneiras, tentando dizer que o pessoal não lavava as mãos. Ora, se existia
contaminação nas torneiras, é porque os funcionários procuravam as torneiras
para lavar as mãos – conclusão lógica. O que não foi falado naquela entrevista
do Ministro? Que as bancadas de granito, portanto porosas, são inadequadas para
uso em UTI. Essas bancadas estavam contaminadas. Qual é o problema aqui, Sr.
Vereadores. Sras. Vereadoras? É que o serviço de controle de infecção do
hospital havia alertado por escrito aos executores da obra que aquele material
era inadequado. E a obra foi tocada assim mesmo, feita daquele jeito. Ficam
perguntas de novo. Quem não considerou o aviso do controle de infecção? Se o
correto era inox, foi pago a mais pelo material das bancadas de granito.
Quantas pessoas morreram naquele evento de aumento de índice de infecção, fruto
da contaminação daquelas bancadas? Quanto foi o gasto da reforma? De onde vem o
dinheiro? Ora, é dinheiro público.
Outro
exemplo, o GHC contratou, em julho de 2012, dispensando licitação, a FAURGS,
Fundação ligada à UFRGS, para elaboração do planejamento estratégico. O
contrato, na época: R$ 859.675,00. Mais adiante, fizeram um aditamento para
baixo, tirando 25%, ficando em R$ 644.000,00 para elaborar um planejamento. Aliás,
tinha um prazo de um ano para ser apresentado e já foi prorrogado novamente até
metade de 2014, porque não foi concluído ainda o planejamento.
Senhoras e senhores, o GCH tem centenas de
funcionários com especialização, pós-graduação, mestrado, doutorado,
administradores, claro, contratados no quadro. Era necessário, realmente, usar
o dinheiro da contratualização do Município para comprar esse serviço? E até
quando vai esse planejamento? Quanto tempo para terminar isso? Vão ficar
planejando e gastando ainda? Com certeza, neste prazo, com a mão de obra
própria, o serviço já estaria pronto.
Mais exemplos: o GHC gastou com terceirização de
higienização, em 2012, em torno de R$ 13 milhões – terceirização de mão de obra
para limpeza, empresas de higienização hospitalar. Em 2013 pulou para R$ 23
milhões – R$ 10 milhões a mais com gasto de mão de obra terceirizada. A questão
aqui é, de novo: era necessário comprar esse serviço com recursos da
contratualização, se poderia trabalhar com mão de obra própria, já que os
funcionários do quadro do GHC são bancados pela conta do Ministério da Saúde?
Era preciso isso? Não seria melhor ter deixado o dinheiro da contratualização
para atender realmente a assistência à saúde em Porto Alegre, não causar
desassistência, não causar desabastecimento dos estoques do grupo, como
aconteceu? E aí, quando faltou o dinheiro da contratualização para coisas
básicas como luvas, esparadrapo, avental para isolamento, foram cancelados os
vários serviços – a sociedade ficou sabendo: a questão de cirurgias, exames, e
de novo veio a desassistência. Bem, a conta estourou onde? Estourou nas
condições de trabalho para os profissionais e na prestação do serviço aos
usuários.
Hoje, no Hospital Cristo Redentor, para se ter
ideia, um dos blocos do prédio está há quase um ano sem telhado porque foi
tirado o telhado para reforma, e a reforma não andou. Consequência: a cada
chuva que acontece, não são só goteiras, são cachoeiras nos corredores e salas
que seriam para trabalho dos médicos ou dos funcionários em geral, não dando
condições para trabalhar. E isso está lá ainda hoje. Os Vereadores que quiserem
presenciar estão convidados a irem ao Hospital Cristo Redentor, se chover, a
ver, com os próprios olhos, a cachoeira que é. Outro exemplo é no Hospital Cristo
Redentor; dou o endereço: 4º andar, quarto 421, nesse quarto são quatro leitos
que estão desocupados, porque esse quarto, senhoras e senhores, está
interditado há quase um mês. Por quê? Porque não tem persiana para fazer a
barreira para o sol. Isso – e eu falo por indignação – é aceitável para a
sociedade porto-alegrense, para a sociedade gaúcha? Não é aceitável; quem tem
sangue nas veias não aceita!
Senhoras e senhores, o sucateamento físico dos
prédios, o encolhimento da mão de obra para a manutenção, as políticas
internas, os valores gastos com terceirização são todas opções erradas tomadas
pela gestão. Foram decisões equivocadas que tiveram consequências graves para a
população. Além disso, convivemos diariamente com a nomeação de chefias despreparadas.
Os critérios de qualificação e preparo para a chefia ficam em segundo plano; os
cargos são loteados entre correntes partidárias e são usados na verdade para
aparelhamento dos partidos.
Sr. Presidente, por tudo isso – e outras coisas que
eu possa ter esquecido –, os trabalhadores vieram aqui para dizer que chega! Em
assembleia, foi aprovado o estado de greve. Amanhã haverá nova assembleia para
avaliar se há uma manifestação de respeito, podendo voltar atrás. Se não,
paralisação dos trabalhos nos dias 11 e 20, e isso pode chegar, sim, a uma
greve dos trabalhadores, o que trará consequências à saúde pública de Porto
Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO
RUAS: Eu queria fazer o registro, em meu nome e em nome da Ver.ª Fernanda
Melchionna, portanto, do PSOL, da seriedade das denúncias que traz aqui o
Presidente Valmor, e que nós já tínhamos, num período anterior, trazido a esta
tribuna também, problemas sérios com relação à contaminação e ao serviço de
limpeza terceirizado. Hoje, o Presidente Valmor nos traz dados estarrecedores
de que foram gastos R$ 13 milhões em 2012 e R$ 23 milhões em 2013 com mão de
obra terceirizada, provavelmente na maior parte, na área da limpeza. E é
justamente onde existem os problemas, porque é a ausência de limpeza que leva
aos surtos de infecção. Eu cumprimento o Presidente por trazer estes dados
importantes para a reflexão nesta Casa, mesmo porque, ainda que sejam da área
federal, todos esses hospitais estão localizados aqui na Capital, portanto
temos responsabilidades sobre isso.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Queremos registrar também a presença de Arlindo
Ritter, Presidente do Sindisaúde.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA
CONY: Em nome da Bancada do PCdoB, eu gostaria de cumprimentar os
trabalhadores do Hospital Conceição que estão aqui presentes e que foram
representados na tribuna através do Presidente da Aserghc. Eu estou propondo
uma visita, até porque fui Diretora Superintendente do Grupo Hospitalar
Conceição e sei do significado deste grupo para o Sistema Único de Saúde, não
só sob o ponto de vista do atendimento, da atenção primária até a alta
complexidade, como também do ensino, da pesquisa e do significado dos seus
trabalhadores, que são a estrutura base para que o Conceição seja uma
referência. O que foi trazido aqui pela entidade representativa dos servidores
me leva, Presidente, a fazer a seguinte proposta: a Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, que é presidida pelo Dr. Thiago, e muitos de nós, inclusive eu faço
parte, e a Mesa Diretora, solicite uma audiência nossa, dos Vereadores, com a
Direção do Grupo Hospitalar Conceição para que possamos tomar pé, buscar
diálogo, essa relação que entendemos fundamental pelo significado do nosso
Grupo Hospitalar Conceição. Acho que é importante a presença dos trabalhadores
aqui, e nos resta ter essa articulação que eu proponho: a Comissão de Saúde
junto com a Mesa Diretora. Vários Vereadores, inclusive o Ver. Comassetto,
também estão de acordo, vão falar aqui, e me parece que é um encaminhamento
para que aconteça o mais rápido possível, para que possamos contribuir com que
sejam sanadas as dificuldades em função do significado do GNC. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. DR.
THIAGO: Vou no mesmo tom da Ver.ª Jussara Cony. Queremos fazer este convite, a
própria Associação pode protocolar uma visita conjunta na Comissão de Saúde e
Meio Ambiente como as tantas que temos feito aos pronto-atendimentos e
hospitais públicos, por enquanto, os municipais. A Comissão fica à disposição,
até para vocês verificarem qual a melhor data. Agora, nas próximas três
terças-feiras, nós visitaremos o PA da Cruzeiro, o PA da Lomba e o PA da Bom
Jesus, e, ato contínuo, pode ser feita a visita ao Grupo Hospitalar Conceição.
Então, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente fica à disposição, como disse a
Ver.ª Jussara Cony, para observarmos, in
loco, e podermos fazer um relatório de tudo que vocês trouxeram, bem como da outra parte também. Esta Comissão, de forma independente,
costuma ouvir as duas partes. E temos certeza de que lá nós vamos ouvir. Nos
hospitais públicos municipais, não tivemos essa oportunidade, porque a outra
parte, infelizmente, não participou das visitas. Mas a Comissão fica à
disposição para as visitas.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Eu só queria prestar
aqui a nossa solidariedade, do nosso partido, a todos os funcionários do Grupo
Hospitalar. E quero dizer que, apesar do grande número de hospitais que nós
temos em Porto Alegre, a nossa saúde continua na UTI, devido à questão dos
postos de saúde não darem a sustentabilidade necessária aos hospitais, não
abrindo de noite, nos fins de semanas e feriados. Mas eu acho que este assunto
é tão importante para a Cidade, que, além de ir a nossa COSMAM, devem ir junto
os líderes desta Casa, pois isso é de interesse de todos nós que não só a saúde
do povo esteja bem, mas que, principalmente, de quem nos atende, quem nos dá a
sustentabilidade na saúde, que são vocês, que trabalham nos hospitais.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado,
Vereador.
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde,
Presidente, falo em nome do meu Partido, o PSD. Valmor, eu fiquei lá em cima na
galeria ouvindo atentamente a sua fala, isso não é nem um caso, isso é muito
preocupante para a população que frequenta – que é em grande número – o
Conceição. É muito preocupante, por isso, eu não vou dizer nem indignação, eu
vou dizer que é um abandono com este povo que lá frequenta. Então, meus
parabéns, por vir aqui nos alertar a todos nós, Vereadores, a população de
Porto Alegre, do que está se passando nesse hospital que atende milhares de
pessoas não só em Porto Alegre, mas na Grande Porto Alegre e em outras cidades
que fazem parte do Rio Grande do Sul. Então, é preocupante. Quero parabenizar
aqui também os funcionários e dizer que meu Partido, o PSD, este Líder, estamos
juntos nessa luta. Saúde não é brincadeira. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. IDENIR CECCHIM: Presidente, obrigado.
Valmor, meus cumprimentos por ter vindo aqui trazer algumas, eu não diria
denúncias, mas preocupações. Eu sou da Zona Norte e uma vez fiz campanha para
o GHC ser o amigo do bairro – e realmente é. O Grupo Hospitalar Conceição é o
maior amigo do bairro da Zona Norte – institucional e de fato. E todos nós
ficamos muito preocupados com essas denúncias.
Quanto ao Cristo Redentor, você realmente está
dizendo uma coisa que acontece, Você deu o número de um quarto, mas são vários.
Os banheiros também estão caídos. Eu tive a oportunidade, há pouco tempo, de
visitar uma pessoa, e é lamentável o estado em que se encontra o Hospital
Cristo Redentor.
Quero dizer que os Vereadores da Comissão que forem
lá, e certamente irão, pois estão fazendo isso em vários hospitais do
Município, como o Hospital Presidente Getúlio Vargas, deverão ir também lá no
Grupo Hospitalar Conceição, sim, mas não tem que esperar a aquiescência da
direção. Tem que fazer como fizeram aqui: ir lá, junto com o sindicato. Não tem
que se submeter à data da direção.
Quero convocar, quero convidar a Comissão desta
Câmara de Vereadores para que faça o que fazem nos outros lugares: não depender
da direção para fazer visita. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Quero cumprimentar a representação dos funcionários do Grupo Hospitalar
Conceição. Eu quero reafirmar, aqui, a sugestão trazida pela Ver.ª Cony, em
nosso nome e em nome da Comissão de Saúde desta Casa, que a visita seja além da
Comissão de Saúde, e, sim, com todas as representações com as lideranças
políticas desta Casa.
O que é trazido aqui é um conjunto de apontamentos,
que devemos olhar com atenção, sim. Nada melhor do que dialogar com as duas
partes, com quem faz a gestão e com quem está trazendo as denúncias.
Agora quero transmitir uma preocupação, foi
anunciada a paralisação para o dia 11, e também está marcada uma
paralisação-geral da saúde no dia 27; isso em Porto Alegre e nas três esferas:
municipal, estadual e federal. Como a saúde é um bem essencial, e, se há uma
paralisação, há uma motivação para isso. Eu quero sugerir à nossa Comissão de
Saúde e Meio Ambiente, assim como à presidência da Casa, que possa, antes do
dia 27, discutir o tema do apontamento que as lideranças estão colocando para a
paralisação na saúde de Porto Alegre, do Estado do Rio Grande do Sul, e dos
entes federais, porque fazer discussão e disputa é bom; agora, não dá para
fazer disputa política com uma tema tão nobre como é a saúde.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador.
A SRA. JUSSARA
CONY: Só para tranquilizar o Ver. Idenir Cecchim, a ideia é exatamente essa:
sentar com a direção, junto com os trabalhadores. Foi esse o encaminhamento,
porque, se as partes querem diálogo, nós vamos lá contribuir para que haja esse
diálogo, se não está havendo. Tem que ter diálogo, porque o foco principal é o
usuário do SUS; e, se não há diálogo, sem dúvida, o maior prejudicado – além
dos trabalhadores e da própria direção – é o usuário do SUS. Então, foi esse o
encaminhamento, para tranquilizar o Ver. Cecchim, que também tem parte na
direção.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Eu acho que há muita autoridade para falar aqui na questão da greve, já
que fomos crucificados pela opinião pública pela greve de 10 dias dos
rodoviários de Porto Alegre. Eu acho que nós não estamos aqui para pautar
trabalhador sobre quando tem ou não tem que fazer greve. É o calo deles que
está apertando, a população vai entender, porque ninguém faz greve de graça.
Agora, se os trabalhadores estão sofrendo maus-tratos, se não estão sendo
respeitados os seus direitos, não somos nós que vamos pautar.
O SR. DR.
THIAGO: Só quero esclarecer aqui, para não passar batido, que a Comissão de
Saúde e Meio Ambiente, como se portou até agora, e nós, como nos portamos no
ano passado, na presidência, vamos continuar totalmente independentes e
querendo construir uma saúde melhor para Porto Alegre.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador.
O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para uma Comunicação
de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores;
público que nos assiste, falo em nome do PSOL, portanto, em meu nome e em nome
da Ver.ª Fernanda Melchionna. Esse tema nós conhecemos bastante, meu caro
Arlindo Ritter, Júlio, companheiras e companheiros; Guilherme. Nós temos tido a
oportunidade de examinar esse assunto, eu e a Ver.ª Fernanda Melchionna, ao
longo do tempo, por diversas vezes, e falamos para o Arlindo e para o Valmor
que, na Câmara, será diferente. Lá na Assembleia Legislativa, vocês foram
massacrados; mas, como eu disse, na Câmara, será diferente. É inacreditável o
desrespeito que ocorreu em relação aos servidores na Assembleia Legislativa do
Estado, por uma defesa intransigente, absurda e que negava a própria realidade
em relação à Direção do GHC. Os servidores foram massacrados não podiam usar o
microfone, e quando usavam eram abaixo de vaia, de xingamento. Nós estávamos
lá, nós vimos, nós pedimos inscrição e não tivemos a inscrição, eu e a Fernanda
Melchionna. Aqui, Valmor, seria diferente, foi diferente, é diferente. As
propostas são boas, são respeitosas, são adequadas. Eu acho que nós temos um
longo caminho a percorrer, e vamos percorrê-lo, mas respeitando quem tem esse
acúmulo de conhecimento que são os servidores, que têm uma vida dedicada ao
grupo inteiro GHC, e nós sabemos da dedicação, e que correm os riscos que a
população em geral corre, porque quando nós falamos em contaminação, nós
estamos falando dos pacientes, dos doentes que ali estão, dos seus parentes, e
dos servidores, dos funcionários. Tem cabimento R$ 13 milhões em 2012, R$ 23
milhões em 2013? Não. Nós temos que examinar, e, justamente, na área da
limpeza, onde é mais precário o serviço. Mas como assim? Esses hospitais
funcionam em Porto Alegre, eles não estão no Rio de Janeiro ou em São Paulo,
estão aqui, também não é Cachoeirinha, não é Alegrete. Porto Alegre, diz
respeito, sim, a nós. Eu fico muito contente, Valmor, de poder, neste momento,
mostrar que a Câmara de Porto Alegre é um Legislativo diferente, não é aquele
horror que ocorreu na Assembleia Legislativa, não é aquele massacre, Arlindo,
por que vocês passaram lá, não é aquela vergonha para a representação pública e
política que nós vimos acontecer lá, Fernanda Melchionna. Aqui, foi e é
diferente, e daqui sairão respostas, daqui, talvez, saiam até soluções, mas com
certeza haverá sempre respeito. Para nós, Valmor, que é Presidente da
Associação, é motivo de honra recebê-los, é motivo de poder executar
corretamente o nosso trabalho, receber as denúncias e poder sobre elas atuar. Por
isso, contem conosco, contem com toda esta Câmara, contem com o Legislativo de
Porto Alegre. O nosso trabalho só se engrandece com a presença e as denúncias
que vocês nos trazem. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Pedro Ruas.
O Sr. Valmor Almeida Guedes está com a palavra.
O SR. VALMOR
ALMEIDA GUEDES: Muito obrigado, Presidente, pela cedência do
espaço. Quero agradecer a toda a Casa e dizer que, de nossa parte, viemos
preparados para convidar, Dr. Thiago, Presidente da COSMAM e ex-Presidente da
Casa, toda a Casa, que representa a população de Porto Alegre, para visitar,
sim, todos os hospitais do Grupo e conversar com os funcionários, não precisa
nem conversar com a gente lá, da Direção da entidade. Vão, conversem com os
funcionários para ver o que está acontecendo e tirem suas conclusões. Vão,
visitem os corredores e vão ver o que está acontecendo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Sr. Valmor. Estão suspensos os trabalhos
para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h49min.)
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 14h51min): Estão
reabertos os trabalhos.
O
SR. PEDRO RUAS: Presidente, há uma necessidade de esclarecimento,
até peço que o Sr. Valmor, de alguma maneira esclareça, pode ser neste
microfone aqui. É uma preocupação que todos nós temos com a questão da greve.
Eu não entendi se já está votado ou se será votado.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, o senhor pode falar com ele, mas...
O
SR. PEDRO RUAS: Não, não, para a Casa saber.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Não, não, V. Exa. busque e depois pode trazer à
Casa, mas neste momento não será oportuno.
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, ontem esta Casa votou
a Lei em relação ao complexo do Hospital de Clínicas. Eu quero agradecer o
esforço que a Diretoria Legislativa desta Casa fez, e agora à tarde estaremos
levando ao Prefeito o texto da redação final. E o Prefeito, de maneira ágil, ao
receber o texto, às 16h, já nos mandou um convite do ato de sanção da Lei, que
autoriza intervenções no complexo do Hospital de Clínicas. Ou seja, aprovamos
ontem, estamos levando o texto às 16h, e às 16h já vai ser sancionada a Lei que
aprovamos ontem. Então, convido todos os Vereadores, aqueles que quiserem, eu,
como Presidente da Casa, vou levar. Eu queria fazer este registro.
O SR. ENGº
COMASSETTO (Requerimento): Aceitamos o seu convite. Conversei com a Ver.ª
Fernanda, como eu e ela estamos inscritos no Grande Expediente de hoje, com a
sua anuência, Presidente, e dos demais colegas, solicito a transferência do
período de Grande Expediente de hoje para a próxima Sessão. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Esta presidência consulta os demais Vereadores.
(Pausa.) Com a concordância dos demais Vereadores, está acordado.
O SR. PEDRO
RUAS: Vou informar o que V. Exa. pediu. A assembleia é amanhã às 13h30min, e
vai decidir se haverá greve ou não. O prazo para a direção receber os
trabalhadores é de agora até amanhã, às 13h. É muito estreito, e nós podemos
ter greve, é bom que a Casa saiba.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Feito o registro, Vereador.
O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, funcionários da
Saúde, eu venho aqui a esta tribuna, novamente, pedir que esta Casa, Ver.ª
Jussara Cony, Ver. Pedro Ruas, Ver. Comassetto, Ver. Brasinha, Ver. Paulo Brum,
Ver. Kevin Krieger, Ver. Waldir Canal, Ver.ª Lourdes, Ver. Cecchim, Dr. Thiago,
faça justiça, Ver.ª Mônica, ao Sr. Amadeu de Moraes Rodrigues, à Sra. Vânia
Beatriz Trevel, ao Sr. Roberto Bundyra e ao Sr. Orlando Francisco da Silva.
Essas quatro pessoas faleceram em Porto Alegre na espera de atendimento de saúde.
Essas pessoas morreram em Porto Alegre. Quanto ao Sr. Amadeu, nós até entramos
na Justiça para conseguir a internação dele. O Sr. Amadeu estava engasgado com
o caroço de uma fruta – e já registrei isso aqui –, pegou um arame e enfiou
para tirar o caroço dessa fruta, se feriu todo internamente. Tinha liminar da
Justiça – pois esse processo está correndo na Justiça – para a internação dele.
Quatro dias depois, quando resolveram fazer a internação, o Sr. Amadeu faleceu.
O Sr. Roberto ficou 30 horas esperando uma
internação, com uma crise de pancreatite. Eu tive isso, fiquei um morto vivo,
eu vivi de novo, a minha nova data de aniversário é 19 de maio, eu estive em
coma no hospital em função disso. Sobrevivi, mas o Sr. Roberto, infelizmente,
faleceu, esperando um leito num hospital.
A Dona Vânia – também a Dona Josefina e a Dona
Teresinha – aguarda, desde 2011, um exame de colonoscopia. A Dona Josefina
esperou dois anos para fazer uma consulta e aguarda mais três – cinco anos para
fazer uma cirurgia de bacia. A Dona Teresinha, dois anos para fazer uma
cirurgia do joelho. E o Sr. Orlando é o mais famoso de todos porque tinha um
repórter de TV que viu o falecimento do Sr. Orlando por falta de ambulância.
Então, eu venho aqui pedir a todos os Vereadores
que esta Casa realize o desejo do Secretário da Saúde, Carlos Casartelli, que
pede que esta Casa... Não sou eu, é ele que fala na Rádio Guaíba: “Secretário
garante não temer e quer a CPI da Saúde.” O Secretário Casartelli, Ver.ª
Fernanda Melchionna, desafia novamente esta Casa, como já desafiou várias
vezes, e pede, na imprensa, que a gente faça a CPI da Saúde. O Sindicato Médico
do Rio Grande do Sul pede que seja feita essa CPI. Vários sindicatos estão
pedindo que seja feita essa CPI porque, conforme o relatório do ano passado,
68.211 pessoas, Ver. Paulo Brum, aguardam internação, aguardam procedimento
cirúrgico – 68.211 pessoas! A questão da saúde, em Porto Alegre, piora cada vez
mais. Ontem saiu uma reportagem numa rede de TV, dizendo que as pessoas que
estão esperando por uma cirurgia ortopédica estão aguardando até cinco anos.
Então, eu acho que, em homenagem a esses trabalhadores, atendendo a um pedido
da sociedade de Porto Alegre, e a um pedido principalmente do Secretário
Casartelli, que foi confirmado na Secretaria da Saúde... O Secretário diz que
não tem problema fazer a CPI, que ele não teme, em hipótese alguma, a CPI, e
pediu que fosse feita logo a CPI na saúde de Porto Alegre. Então, eu acho que
esta Casa não pode se furtar, Dr. Thiago e demais membros desta Casa, de
realizar o desejo do nosso Secretário, que pede... E não sou eu, volto a dizer,
é o Secretário Casartelli. Para concluir, Sr. Presidente, o Secretário
Casartelli, além de afirmar nos jornais Zero Hora e Correio do Povo, no Jornal
do Comércio afirma, irritado, quando começou a se falar em CPI, que não teme
nada e ainda pediu que esta Casa faça a CPI da Saúde. A nossa saúde está na
UTI, e, para melhorar a vida das pessoas, nós temos que esclarecer isso. E o
Secretário se propõe a esclarecer. Com força e fé, nós vamos melhorar a vida
das pessoas, da população de Porto Alegre, principalmente na área da saúde.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, primeiramente, Ver. Garcia, eu quero lhe dar os parabéns, porque o
senhor está há 63 dias no comando desta Casa e a tem comandado muito bem. Meus
parabéns, o senhor é um Presidente sério e que tem atitude.
Ontem, eu tive o prazer de ver o meu querido
ex-Presidente desta Casa e também ex-Prefeito, João Antonio Dib, que está há
430 dias fora desta Casa, e eu digo isso porque eu gosto muito dele, ele é
muito querido e um grande irmão. E eu aprendi muito com ele.
Mas eu quero dizer que esta Casa virou uma
verdadeira vergonha. Cada vez, é CPI de um lado, de outro. Acho que aqui só um
cara tem condições de investigar: o Delegado Cleiton. Ver. Janta, gosto muito
do senhor, mas o senhor fez a CPI da telefonia, e o que é que deu, Vereador? Me
aponte! Qual é o relatório da telefonia? Não vai a lugar nenhum, Vereador! Nós
temos é que trabalhar mais pelo povo, temos que trabalhar pelo povo! E mais,
Vereador, eu sempre digo, e não é por causa do senhor: CPI, eu acho que
Vereador não tem condições de investigar. Se tem, Vereador, polícia
investigando, eles sabem muito mais do que Vereador, muito mais que Vereador!
Por exemplo, a CPI da Procempa. A CPI da Procempa foi o próprio Prefeito que
mandou fazer um relatório, e aí começaram a CPI. Mas já tinha polícia, tinha
Ministério Público, todos investigando! Eu sou contra, Vereador, é muita CPI. A
sua CPI da telefonia, eu ajudei o senhor até a dar discurso, e não foi a lugar
nenhum, o meu telefone cai a toda hora, Vereador! Me aponte alguma melhoria na
telefonia! Me apresente, Vereador!
Então, Vereador, eu quero dizer para o senhor: por
mim, pode sair CPI, não tem problema, mas isso virou uma verdadeira
brincadeira, toda hora é CPI para cá, CPI para lá. Eu estou há nove anos aqui,
Vereador, e nunca vi tanta CPI, Ver. Pedro Ruas – e o senhor foi o único que
sempre se manteve firme ali, pedindo a CPI. O senhor é o único, nunca ninguém
quis tomar a sua ideia, desde que o conheço – e tenho muito respeito pelo
senhor.
Senhores, quero dizer para vocês que eu não
acredito em CPI, não acredito! Não acredito, Ver. Janta! Se melhorasse... A CPI
dos ladrões lá de Brasília, o que é que aconteceu? A CPI aqui da Assembleia, o
que é que aconteceu? Eu acredito na polícia e no Ministério Público, que têm
que prender quem é sem-vergonha, e tem que prender! Vereador é feito para votar
lei, para fazer lei, para trabalhar. Eu não acredito em CPI, Vereador, não
acredito! E quero dizer para o senhor com certeza absoluta: tomara que o senhor
esteja certo, e o senhor sabe que sou seu amigo, gosto do senhor, sou seu fã,
mas eu não gosto da palavra CPI, e não é porque eu sou o suplente do
Casartelli, não é por isso, meu amigo! O problema sabe qual é, Vereador? Essa
CPI já virou brincadeira; cada vez que o senhor vem aqui é CPI para lá, CPI
para cá, isso é coisa de lorota!
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Márcio Bins Ely assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): Passamos às
O Ver. Mario Manfro está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em
Comunicações.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Vereadoras,
Vereadores, público que nos assiste; nós tivemos hoje aqui um momento singular,
porque os servidores do Grupo Hospitalar Conceição nos trouxeram denúncias das
mais relevantes, Ver.ª Jussara Cony – que eu sei que está lutando para
viabilizar a audiência lá, pode até me apartear, eu concedo com muita honra –,
que nós precisamos investigar, mas nós temos um outro prazo, e me alertava a
Ver.ª Fernanda Melchionna disso. Nós temos também o prazo para buscar evitar a
greve, e esse prazo é mais estreito. Nós não resolveremos todos os problemas,
Ver. Comassetto, do GHC até amanhã à uma da tarde, mas o diálogo entre os
trabalhadores e a direção do Grupo pode evitar o movimento de paralisação.
Então, eu faço este pronunciamento e dou ênfase a esse aspecto porque ele nos
traz justamente uma possibilidade e uma responsabilidade para este momento
exato em Porto Alegre, e nós temos que ter consciência disso. Eu quero aqui
fazer o registro do que eu estou percebendo: tanto o Ver. Comassetto quanto a
Ver.ª Jussara Cony estão se empenhando bastante para que essa audiência ocorra
em curto prazo. Estou percebendo isso e estou registrando aqui publicamente,
porque o nosso prazo é muito estreito – reitero a
importância disso. E nós temos que atuar fortemente.
Muitas vezes – eu já
ouvi este debate – as pessoas questionam o fato de determinado assunto ser da
área estadual, ser da esfera federal, e não percebem que ele está ocorrendo em
Porto Alegre! A nossa responsabilidade, como representantes do povo da Capital,
não se restringe a próprios, imóveis, enfim, ou temas relativos à Prefeitura.
Tudo o que disser respeito à Capital e que ocorrer aqui dentro diz respeito à
nossa atuação. Portanto, há a necessidade de que tenhamos atuação firme e
decidida, para que possamos ter, efetivamente, num primeiro momento, meu caro
Presidente Valmor, a manutenção dos serviços, se houvesse a possibilidade de a
Direção recebê-los e dar uma mínima resposta, o que não ocorreu até agora, e,
num segundo momento, a solução de problemas estruturais e históricos do Grupo;
históricos!
Em 2011 – o
Presidente Valmor sabe –, nós já fazíamos aqui, Ver.ª Melchionna, essas
denúncias. Em 2011! Estamos em 2014. E o problema dos valores absurdos em
relação a terceirizados, basicamente na área da limpeza continua tal e qual!
Talvez piorado!
Então, se não temos
condições de resolver tudo até amanhã – e não temos –, temos que ter condições
de a Direção e os trabalhadores se encontrarem até amanhã e que possam, talvez,
evitar a greve e a paralisação. E que, em médio prazo – esse é o curto prazo –,
tenhamos o encaminhamento de alguma solução sobre as barbaridades que ocorrem,
que já foram denunciadas e que até agora não foram solucionadas.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Delegado
Cleiton assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, aproveito que o Valmor Guedes, Presidente da
Aserghc, ainda está aqui para dizer, antes de mais nada, que, na minha
concepção, e uma concepção que vem desde o movimento da reforma sanitária, da
construção do SUS, do processo da 8ª conferência, Assembleia Nacional
Constituinte, todas as conferências de saúde, nessa luta que unifica os
usuários e trabalhadores para a construção de um SUS de qualidade para todos,
público, é exatamente nesse sentido que eu venho a essa tribuna para dizer que,
quando se trata de saúde, o nosso foco, de todos nós – e eu acho que o Valmor
compreende isso porque é um trabalhador do GHC – é o usuário. E quando as
coisas não estão indo como devem ir, é nosso dever, de todos – sejamos direção,
sejamos trabalhadores e principalmente usuários – fazer a melhor articulação
sob o ponto de vista da política de saúde para buscar soluções. Ouvindo o que
foi dito aqui pelo Presidente da Associação, conversando com o Arlindo,
conversando com a Direção do GHC, e aqui eu venho também como uma ex-Diretora
Superintendente, que ficou no GHC durante três anos e meio, que procurou,
sempre – e os trabalhadores são testemunhas –, o diálogo com os trabalhadores.
Por quê? São eles o grande sustentáculo do projeto que se tem, que, na minha
concepção, é um projeto único, que é o Sistema Único de Saúde.
Então, conversando há pouco com o Diretor
Superintendente, o Dr. Nery, que me disse – quero que todos os meus colegas,
Ver. Delegado Cleiton, nosso Presidente, atentem para o que eu vou dizer dessa
tribuna: amanhã, os três Diretores do Grupo Hospitalar Conceição, Dr. Nery, Dr.
Barrichello, Dr. Bobek, junto com os Diretores do Hospital de Clínicas, mais o
Secretário Municipal de Saúde, Casartelli, mais a Secretaria Estadual de Saúde,
Sandra Fagundes, estarão em Brasília fechando uma negociação estratégica para
Porto Alegre e para o Estado do Rio Grande do Sul – a negociação da
contratualização lá no Ministério. Repito: GHC e Hospital de Clínicas.
Ontem, nós tivemos uma tarde importantíssima,
aprovamos o projeto do Hospital de Clínicas. E quero referenciar aqui que são os
dois hospitais públicos, SUS, que atendem, de porta aberta, à população de
Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, e os problemas têm que ser enfrentados e
resolvidos. Gostaria de dizer que o Dr. Nery se dispõe, Sr. Presidente, a vir segunda-feira pela manhã conversar com a Mesa, com os Líderes,
Ver. Pedro Ruas, e com a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, já trazendo alguns
resultados de Brasília e também para ouvir as nossas preocupações.
Conversei com o
Presidente da Associação: tem paralisação marcada para os dias 12 e 27. Ninguém pode intervir na
paralisação dos trabalhadores! Mesmo na saúde, que é uma área essencial; os
trabalhadores de saúde são muito responsáveis. Eles fazem a paralisação como os
municipários fizeram e não deixam de garantir escalas para atendimento,
principalmente nas emergências. Os trabalhadores do GHC são extremamente
responsáveis, mas eles têm paralisação marcada para os dias 12 e 27.
Solicitaram-me, inclusive com a participação da Ver.ª Fernanda Melchionna – e
eu também concordo com isso, acho que é importante –, que nós marquemos a ida
ao Hospital Conceição depois do dia 11.
Eu vou retornar ao
Dr. Nery essa proposta e creio que nós podemos assim levar a bom termo, que a
direção possa vir aqui para articular com a Câmara, trazer a sua visão, as
dificuldades e também as boas notícias, eu espero, da contratualização. E não é
só o GHC; são o GHC, o Clínicas, a Secretaria Municipal e a Secretaria
Estadual. Uma coisa que eu acho importante é que esses dois Hospitais estão
fazendo acontecer: essa visão estratégica de União, Estado e Município
trabalhando para o SUS, juntos. E eu acho que esses dois Hospitais têm essa
referência e essa possibilidade.
Então, nós teríamos
uma agenda. E nessa ida – naturalmente acabamos de fechar com o Dr. Nery, vou
retornar a ele –, nós teremos a participação dos trabalhadores, a participação
da direção – ao contrário do que foi no Município, que não nos recebeu –,
visitando as dependências do GHC, no sentido de também nós nos apropriarmos, in loco, para sermos aqueles que
efetivamente receberam, como o Ver. Pedro Ruas disse, de uma forma
diferenciada, os trabalhadores nesta Câmara. E eu fico muito contente por isso,
porque eu tenho um amor muito grande e aprendi muito nos três anos e meio que
fiquei no GHC. Quando se trata de defender o setor público – Clínicas, GHC –,
eu estarei sempre na primeira linha, até porque tenho obrigação de fazer isso
como profissional farmacêutica.
Eu creio que é um
encaminhamento que respeita a luta dos trabalhadores, a suas justas
reivindicações, que respeita a ida dos diretores para buscar soluções para Porto
Alegre – os Hospitais Clínicas e GHC, junto ao Ministério, acompanhados dos
dois Secretários –, e que respeita a dinâmica, também, que os trabalhadores têm
na sua luta, que é uma luta sempre justa, porque trabalhar em saúde não é
fácil. Trabalhar em saúde é dedicar praticamente 24 horas de nossas vidas, e
trabalhamos, muitas vezes, em condições precárias; quem trabalha em saúde tem
que ter uma atenção redobrada sob o ponto de vista dos seus direitos, da sua
saúde, porque está ali a serviço da população que chega. Mas quem abre as
portas? O GHV e os trabalhadores do GHC, por decisão também da direção. Quem
abre as portas? O Clínicas. Parece-nos que o que aconteceu hoje aqui é a defesa
do sistema público e do SUS, sempre. Digo isso porque tem muita gente querendo
privatizar a saúde no nosso Brasil, e isso, sempre, temos que evitar, porque
isso, sim, trará mais caos ao que já temos e Porto Alegre é um exemplo.
Obrigada pela atenção.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Vereadora.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra, em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Exmo. Sr. Presidente Delegado Cleiton, colega de Bancada, na pessoa de
V. Exa. quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras, público que nos
assiste nas galerias e pela TVCâmara. Senhoras e senhores, hoje nos deparamos
aqui com essa situação: ontem aprovamos a ampliação do Clínicas e hoje
recebemos a Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição trazendo
essa realidade e anunciando, para amanhã, possivelmente, uma greve.
De um lado nós percebemos a agilidade deste
Legislativo e do Executivo. Acabei de assinar, como integrante da Comissão de
Constituição e Justiça, os termos para firmarmos a redação final do projeto de
ampliação do Hospital de Clínicas, ao que o Prefeito já anunciou o ato de
sanção da lei. Que bom esse esforço a muitas mãos e a tantas quantas se somarem
no esforço de agilizar esse processo de ampliação do Clínicas, que praticamente
dobra a capacidade do hospital e, em alguns casos, até triplica, como ocorre na
emergência, passando de 1.700 para cinco mil metros quadrados. Só na
emergência, são mais de 80 mil metros quadrados de obra que irão representar,
sem dúvida alguma, um avanço significativo para a área da saúde em Porto Alegre
e no Estado do Rio Grande do Sul.
Mas também
nos preocupa essa situação, esta carta aberta que nos é entregue aqui hoje.
(Exibe documento.) É uma preocupação de todos nós com relação a essa situação
que envolve o Hospital Conceição. Tivemos a questão da superbactéria no final
do ano passado, mas esperamos que possamos chegar a bom termo em todas essas
situações.
Ontem, Ver. Tarciso, quando estava me deslocando,
estava na Av. Nilo Peçanha, presenciei um assalto à mão armada. Na parada do
ônibus, encostou um golzinho, Delegado Cleiton, dele desceram dois rapazes,
derrubaram uma senhora, pegaram a bolsa dela, voltaram para dentro do carro e
correram. Hoje, quando eu vinha para a Câmara, pela manhã, um pouquinho antes
das 9h, ouvi que um rapaz presenciou um assalto e tocou o carro para cima dos
bandidos. Houve dois tiros que por pouco não pegaram alguém. Então, precisamos
realmente ver essa questão da segurança às vésperas da Copa do Mundo. Vamos ver
de que maneira podemos concentrar esforços, porque, realmente, a Cidade está
muito perigosa, muito violenta. Queremos aqui fazer um apelo.
Hoje, se estabelece no Estado do Rio Grande do Sul
um debate, eu entendo interessante, necessário, mas que pode mudar um pouquinho
o enfoque do trabalho que hoje é desenvolvido pelos bombeiros e pela Brigada
Militar no Estado do Rio Grande do Sul. Parece que as bruxas estão meio soltas
aqui em Porto Alegre, porque toda hora está pegando fogo em algum lugar! Neste
final de semana, pegou fogo no Burger King, no BarraShoppingSul. É um incêndio
atrás do outro. Também pegou fogo no DC Navegantes, ao lado da Planalto, Ver.
Pujol. Realmente, essas situações nos preocupam. Alguns outros Estados da
Federação organizaram essa divisão, e parece que o serviço dos bombeiros passou
a funcionar melhor. Eu confesso que não tenho bem claro, não me aprofundei a
ponto de emitir uma opinião sobre se é melhor ou pior que o bombeiro fique
incorporado à Brigada Militar, ou seja um órgão à parte. Mas a verdade é que se
não fosse aquela chuva no dia do incêndio do DC, talvez, não se tivesse
conseguido apagar aquele incêndio.
Então, nós temos muitas aprovações, muitos alvarás,
muitos habite-se que estão vinculados à liberação para o alvará com a aprovação
dos bombeiros, e a estrutura, hoje, em Porto Alegre, pelo menos, não está dando
conta da vazão dos serviços. E as pessoas têm que ter segurança. A pessoa vai a
um estabelecimento noturno, vai a uma boate, enfim, a um shopping center, ela tem que ter segurança de que não vai morrer
queimada num incêndio.
Nós sabemos que a classe profissional mais
respeitada no Brasil, por incrível que pareça, Ver. Bernardino, é a dos
bombeiros. São os mais admirados, é aquela profissão pela qual a população tem
mais carinho. Em segundo lugar, estão os carteiros. Então, nós temos que
analisar, não tomar nenhuma decisão de afogadilho, eu acho que não é em cima de
emenda de Deputado que vai se definir o futuro da corporação dos bombeiros e da
Brigada Militar, isso tem que ser aprofundado, tem que haver um estudo técnico
que respalde uma decisão nesse sentido. Mas que nós precisamos virar essa
página e reestruturar o Corpo de Bombeiros no Estado do Rio Grande do Sul,
precisamos.
E hoje nós queremos dedicar este tempo de
Comunicações para trazer ao debate esta pauta e incluí-la na agenda positiva da
Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Ver. Márcio. Saúdo a presença do nosso
Diretor-Geral do DEP, Tarso Boelter, é um prazer tê-lo aqui. E já levo ao
senhor uma reivindicação: o pessoal do bairro Ponta Grossa, na Zona Sul, está
necessitando da sua presença e da sua equipe. Este é um pedido da nossa amiga
Neca.
O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Delegado Cleiton; Vereadoras e Vereadores; senhoras
e senhores; todos os debates que existem no País, em todas as pesquisas de opinião
feitas, a população sempre coloca como prioridade a saúde, a educação, a
segurança e a mobilidade urbana. Esses são os quatro eixos que mais tem se
debatido e para os quais mais tem se buscado soluções. Ontem, nós votamos aqui,
nesta Casa – acabamos de receber o convite do Prefeito Municipal para
sancioná-la –, a lei que permite a expansão do Hospital de Clínicas. Este
projeto, Ver. Brasinha, tem um investimento de R$ 408 milhões do Governo
Federal destinados para Porto Alegre. Quero registrar aqui que esta Casa, sob a
presidência do Professor Garcia, fez a sua tarefa. E não nos furtaremos das
demais tarefas relacionadas à saúde.
Prezada Ver.ª Jussara, pela primeira vez na
história do Rio Grande do Sul se está cumprindo a determinação constitucional,
que é de repassar 12% dos recursos do Estado para a Saúde. Ainda é aquém, Ver.
Cecchim, do que se precisa? É aquém do que se precisa, até porque o nosso
modelo de saúde, o Sistema Único de Saúde – que muitos criticam –, é um dos
melhores modelos de saúde pública do mundo. O Barack Obama, quando concorreu à
reeleição, veio ao Brasil para analisar o Sistema Único de Saúde. Agora, existe
uma complexidade, e aqui, no Município, não é diferente. A demanda que a
população tem, pela sua participação, na busca dos postos de saúde abertos, com
médicos...
E aqui quero fazer um destaque, Delegado Cleiton:
hoje chegou mais uma turma de médicos estrangeiros a Porto Alegre para fazer
todo o curso de formação. E temos uma análise que todos os médicos que chegaram
aqui, em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, no Programa Mais Médicos, estão
tendo uma aceitação fantástica da população.
Eu tenho que reconhecer o papel fundamental que o
Prefeito Fortunati tem feito nesse Programa, como responsável pela coordenação
dos Prefeitos metropolitanos no Brasil, quando defende o Mais Médicos, e está
fazendo a diferença o Programa Mais Médicos na saúde pública. Um programa que
veio para ficar, que tem a aprovação de mais de 90% da população, só não tem a
aprovação, Dr. Thiago, da associação da categoria dos médicos. Mas aí é
compreensível, porque há uma disputa de visão de sociedade e de corporação, que
é legítima, do nosso ponto de vista. Mas precisamos fazer esse diálogo, sempre.
Sobre o GHC, quero registrar, aqui, que amanhã
haverá uma audiência no Ministério da Saúde, com todos os gestores do
Município, para buscar toda a política que reforça a contratualização, ou seja,
reorganizar o quadro funcional do GHC. Essa agenda se realizará amanhã, em
Brasília, com os gestores públicos de Porto Alegre e de Brasília, sobre a
questão do GHC e do Hospital de Clínicas. Não será somente sobre um grupo
hospitalar, mas sobre a saúde pública federal, que incide em Porto Alegre e no
Rio Grande do Sul.
E não temos dúvidas, aqui, de que a saúde de Porto
Alegre e do Rio Grande do Sul seria outra, não teria a qualidade que tem, se
não existissem o Hospital de Clínicas e o GHC. Tem que haver esse
reconhecimento. E não é só pela gestão, que, neste momento, é do nosso Partido,
mas pela sua estrutura histórica e por aquilo que representam na política e na
saúde pública, na área da Educação, na área de pesquisa, na área de
investimentos, e a qualidade que tem esses serviços.
Quero registrar, em nome da nossa Bancada, do PT, e
reconhecer o esforço que é feito em torno da saúde. E precisamos repassar a
agenda da saúde em Porto Alegre? Não tenho dúvidas que precisamos.
Temos que discutir a proposta trazida a esta Casa
sobre os postos de saúde 24 horas, uma medida que tem o nosso apoio. Tem que
haver postos de saúde 24 horas.
Sobre os convênios existentes, até hoje eu ainda
não entendi, por que o Hospital Parque Belém, em Belém Velho, não tem a
emergência funcionando, com a estrutura já montada, e que pode ser conveniada
com a saúde pública do Município. Portanto, a agenda da saúde é uma agenda
permanente.
Eu conversei, há pouco, com a direção do Hospital
de Clínicas, e quero dizer ao Presidente, Ver. Professor Garcia, que a
agilidade desta Casa – e, agora, o Prefeito sancionando, às 16h, o projeto que
autoriza ao Hospital de Clínicas fazer um investimento de R$ 408 milhões e a
sua expansão – é um trabalho de todos nós, e que a saúde não pode ser
politizada ou partidarizada para tirar proveito, principalmente em ano
eleitoral. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Professor
Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras
e Srs. Vereadores, vou aproveitar, já que hoje estamos falando ao vivo, para
prestar contas aos moradores da Rua Tenente Ary Tarrago, Condomínio Alto
Petrópolis, nº 340, com 624 apartamentos sem água desde ontem à noite, Ver.
Reginaldo da Luz Pujol, Líder do Governo. E pasmem! Quando o síndico me ligou,
às 23h45min, eu não acreditei e fui confirmar. A resposta do DMAE – apesar de
ter sido gentil a pessoa que me atendeu – foi a seguinte: “Vereador, durante a
madrugada, não temos plantões”. Não se trabalha na madrugada. Fiquei
espantando, porque estamos na Capital e não temos um atendimento de pronto
socorro num departamento tão importante do Município. Agora são 15h30min e os
moradores da Rua Tenente Ary Tarrago permanecem sem água. E sabem o que me
disse o síndico, quando me ligou? “Vereador, nós pagamos mais de R$ 30 mil por
mês de água. E aí falta água, e não é a primeira vez, seguidamente tem faltado.
Eu não tenho uma resposta, eu não sei quando retorna a água, eu não sei de
nada, ninguém me diz nada. Temos dois problemas, Vereador [me disse ele,
representando aquela comunidade do Condomínio Alto Petrópolis]: a falta de água
e a incerteza, porque a gente não sabe se vai para a casa de um vizinho, do
parente, da tia, da sogra, porque não se sabe...” Então, há dois problemas: um
é a falta de água e o outro é a incerteza, a insegurança, a falta de informação
na sinalização de uma possibilidade de horário, dia para o retorno do
fornecimento da água.
Portanto, quero aqui lamentar, Presidente, porque o
DMAE sempre foi muito prestativo; eu vim a esta tribuna infinitas vezes
registrar o pronto atendimento do DMAE, mas, desta feita, forçosamente, não
posso deixar de lamentar que lá na Ary Tarrago, nº 340, no Condomínio Alto
Petrópolis, 624 apartamentos sem água desde ontem à noite – nós estamos no
verão, ainda que fosse no inverno, convenhamos... Quero fazer esse registro,
que é difícil de acreditar, mas eu me certifiquei, ontem à noite, que o DMAE
não tinha equipe para atender emergência à noite. Eu imaginava que, agora pela
manhã, pudessem ter dado uma resposta, vamos dizer assim, satisfatória aos
nossos consumidores, que é o mínimo que um órgão que fornece serviço público
deve fazer: a obrigação de servir ao que se prestou ou ao que se presta.
Então, Ver. Reginaldo Pujol, fica aqui, da nossa
parte, um apelo para que faça contato com o Secretário ou com outra pessoa,
buscando resolver esse problema o mais rápido possível. Sei que V. Exa. tem
sido muito prestativo nas demandas deste Vereador, mas há que se fazer esse
registro, e eu tenho certeza que V. Exa. vai nos ajudar. Obrigado, Ver.
Reginaldo da Luz Pujol.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores;
meu caro Ver. Bernardino Vendruscolo, eu tenho a esperança de que, ao término
desta minha manifestação, nós já possamos ter um esclarecimento da parte do
DMAE, do Diretor Adjunto, Sr. Ronaldo Napoleão, com quem o Ver. Kevin Krieger
já entrou em contato na busca de esclarecimentos. Esclareço que, esta semana, o
Diretor-Geral encontra-se num período breve de férias, que se esgotam na
segunda-feira, e que está respondendo pela Direção o substituto legal, o Dr.
Ronaldo Napoleão.
Eu não sabia desse fato; há questão de uma hora
conversei com o Dr. Ronaldo e teria
buscado esclarecimento para essa situação, que, obviamente, precisa ter uma
explicação convincente sob pena de gerar de nossa parte uma manifestação
crítica à atuação do Departamento Municipal de Águas e Esgotos. Nós sabemos que
há algumas situações que têm efeito em cadeia na municipalidade: há áreas em
que a falta de energia elétrica faz com que a condução do produto das redes de
água se comprometa e, com isso, crie dificuldades, que, às vezes, são de
simples solução, mas, como são dependentes de outras providências, acabam não
ocorrendo.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
eu quero dizer que ontem saí desta Casa muito feliz, exultante, com o
comportamento da Casa, com as decisões que foram tomadas por uma maioria
esmagadora de 30 Vereadores, que, num Colégio de 31, com o seu voto disseram
“sim” às providências necessárias para que o projeto de expansão do Hospital de
Clínicas possa ser consolidado. A Casa fez a sua parte. Hoje, a minha alegria
de ontem começa a trepidar, na medida em que um dos argumentos fundamentais de
que dispúnhamos no dia de ontem para pedir uma decisão positiva e imediata
deste Legislativo era da disposição de o Governo Federal aplicar, em três anos,
R$ 400 milhões, capaz de permitir a plena execução de todas as obras previstas
no Projeto do Hospital de Clínicas. Falo isso porque, no dia de hoje, essa
manifestação da Carta Aberta à População, que fala a respeito do nosso querido
Grupo Hospitalar Conceição, que estaria à beira do caos, nessa correspondência
há a afirmação peremptória feita pelo representante dos empregados,
funcionários, dos servidores do GHC, Valmor Almeida Guedes, de que o Governo
Federal não incrementará nenhum centavo, neste ano, na saúde. Há uma confusão
muito grande, Ver. Cecchim, que nós precisamos esclarecer, mas a verdade é que
todas as reclamações a respeito da precariedade da saúde no Brasil acabam
chegando a um mesmo ponto. Quem dispõe da soma de recursos capaz de transmitir
um incremento na saúde pública deste País é o governo da União. E com
frequência muito forte, da parte da Secretaria Municipal do Município, agora do
Grupo Hospitalar Conceição, da Secretaria de Saúde do Estado, a reclamação de
que os recursos prometidos não vêm com a quantidade, com a celeridade e com a
prontidão que precisariam ocorrer.
Então, quando eu vejo que o mais grave dos
problemas no GHC, no dia de hoje, dizem respeito ao cuidado direto com o
paciente, como por exemplo, escassez de luvas, sondas, aventais de isolamento,
higienização dos uniformes e outros, nós vemos o caos muito próximo, Ver. Kevin
Krieger.
Por isso, concluindo, quero, ao mesmo tempo em que
cumprimento a Ver.ª Jussara Cony, que, de forma muito aberta, se posiciona no
assunto e já busca cooptar aliados no sentido de enfrentá-los de frente, sem
tergiversação, dizer que nós não fizemos oposição por oposição, e se no Grupo
Hospitalar Conceição, Ver.ª Jussara Cony, uma voz de oposição pode ser útil na
sensibilização do problema, conte comigo. Conheço de longa data o trabalho do
Grupo Hospitalar Conceição e lamento profundamente se ele se encontra nessa
condição, se for verdadeiro, urge reparar. Se não for verdadeiro, urge corrigir
o equívoco da tal colocação malfeita. O que nós não podemos é que, ao mesmo
tempo em que festejamos a atitude desta Câmara com relação ao Hospital de
Clínicas, termos que, tristemente, compartilhar essas informações
perigosíssimas a respeito do comprometimento da qualidade de serviço no grande
Grupo Hospitalar Conceição, que, pelo visto, Ver. Cecchim, está à beira do
caos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, em homenagem ao Ver. Bernardino
Vendruscolo, eu trago a informação de que o DMAE já tomou conhecimento dessa
situação que foi objeto de sua manifestação e que está tomando providências.
Acredito que ainda nesta tarde possa resolver o problema.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu acho que hoje,
Ver. Kevin Krieger, nós devíamos aqui relembrar a Sessão de ontem. Era
quarta-feira de cinzas, a imprensa toda reclamou do Congresso Nacional, que não
havia parlamentares. Mas eu imaginei, cá com meus botões: eles vão falar que a
Câmara de Vereadores de Porto Alegre estava com o seu quórum, com mais de 30
Vereadores aqui, aprovando uma lei importante para a população. Mas foram apenas
umas linhas: “foi aprovado”. Essa é a nossa missão e vamos cumpri-la.
Hoje eu escutei todas as lideranças aqui, inclusive
a liderança da Associação do Hospital Conceição e cheguei a uma conclusão: em
saúde não dá para ter situação e oposição, porque todos somos responsáveis.
Quem está na situação de um ente da federação pode estar na oposição de um
outro, mas todos estão com a missão e a obrigação de dar saúde para a
população, seja ela de Porto Alegre, seja ela do Estado ou do Brasil. Acho que
nós podemos aproveitar o exemplo de hoje: mesmo a oposição ficou dividida nas
suas opiniões; a situação pode estar junta: o Estado, o Município e o Governo
Federal precisam sempre estar juntos nessas demandas quando se trata de
hospitais, como o Grupo Hospitalar Conceição, que atende muito a população
desta Cidade e deste Estado que mais precisa – atender quem precisa de saúde.
Então, eu acho que nós temos que fazer esse esforço
concentrado. Eu quero aqui louvar aqueles que criticam e aqueles que tentam
ajudar. O que nós temos que fazer mesmo é não admitir que um grupo hospitalar,
como o Conceição, fique com dependências fechadas por falta de persianas, por
falta de pias, de lavatórios, tendo uma estrutura como se tem lá.
Então, meus colegas Vereadores, neste momento, em
seguida, nós estaremos lá, com o Sr. Prefeito, para a sanção da lei que
aprovamos ontem. Isso bate todos os recordes de celeridade, mostra que esta
Casa está comprometida com a saúde, que a Prefeitura está comprometida com a
saúde, que o Prefeito Fortunati está sendo ágil e diligente nesse projeto que
vai ajudar a cidade de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Delegado Cleiton reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Boa-tarde. Queria cumprimentar o Ver. Delegado Cleiton, que está
presidindo a nossa Sessão, e todos os Vereadores e Vereadoras, e somar-me, Ver.
Idenir Cecchim, ao que tu colocaste em relação à presença dos Vereadores, da
responsabilidade que nós temos com a nossa Cidade. Ontem, conseguimos construir
uma votação praticamente unânime, se não me engano, com uma abstenção, e
aprovamos o projeto de lei da ampliação do Hospital de Clínicas, que,
realmente, vai melhorar e qualificar os serviços de saúde prestados para a
população do Rio Grande do Sul. Infelizmente, Ver. Cecchim, a imprensa, alguns
veículos de comunicação, ao longo do carnaval, colocou que nós não teríamos
quórum; desconfiou, Ver. Dr. Thiago, que nós não teríamos quórum para votar um
projeto importantíssimo para a Cidade, mas os Vereadores, nas suas
responsabilidades, deram a resposta ontem, Ver. Valter, em relação a esse
projeto. E hoje nós lemos, inclusive, algumas notícias sobre os Senadores. Se
eu não me engano, havia cinco Senadores em Brasília, ontem, na quarta-feira de
cinzas – e, com muito orgulho para o Partido Progressista de Porto Alegre, a
nossa Senadora, Ana Amélia Lemos, estava entre os cinco Senadores presentes no Congresso
Nacional na quarta-feira de cinzas –, diferente desta Câmara de Vereadores,
que, dos 36 Vereadores, tinha 31 Vereadores presentes na votação de ontem.
Ver. Bernardino, eu acabei de falar com o Diretor
Ronaldo Napoleão; já há uma equipe trabalhando desde o meio-dia, mandaram uma
segunda equipe para reforçar, porque se trata de uma grande fuga de água no nº
330, e a previsão de retorno da água é para o final da tarde. Então, qualquer
coisa, eu estou à sua disposição também para fazer o contato com o nosso
Diretor. Mas o DMAE já está trabalhando para o retorno da água nesse local que
o Ver. Bernardino indicou.
Então, eram esses os esclarecimentos que eu
gostaria de fazer, e eu vou pedir licença porque eu vou prestigiar o Prefeito
Fortunati na sanção da lei que nós aprovamos ontem.
(Não revisado pelo orador.)
(A Ver.ª Lourdes Sprenger assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Lourdes Sprenger): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sra. Presidente, Ver.ª Lourdes, na presidência dos trabalhos, é uma
honra, Srs. Vereadores, colegas, funcionários desta Câmara, público que aqui
nos assiste, público que nos assiste pela TVCâmara, serei rápido. Ontem não
pude complementar, e quero parabenizar toda Porto Alegre, o Prefeito Fortunati,
na sua rapidez em aprovar o projeto de ampliação do Hospital de Clínicas. Para
nós, e para mim, especialmente como Relator desse projeto, e ter tido a
sensibilidade dos colegas de ter sido aprovada a única emenda que era em torno
do replantio das árvores, para que o número de árvores que fosse podado viesse
a ser replantado no próprio local e nas adjacências. Para nós, que lutamos, os
nossos 30 Vereadores, quase a unanimidade, foi um prazer e um dever hoje nós
estarmos aqui falando sobre saúde pública, falando em possibilidade de CPIs,
mas foi um prazer poder ajudar. E é o que nós precisamos: ajudar em uma gestão
que teve 65% dos votos de Porto Alegre, é uma gestão, é um encaminhamento, é um
plano de Governo em que temos mais três anos para poder botar a casa em ordem.
Então, senhores, eu aproveito até para dizer, hoje
o Ver. Comassetto falou no Mais Médicos, e sei da posição do meu colega Ver.
Dr. Thiago, e respeito muito, é um grande batalhador pela saúde pública do
nosso Município. Thiago, até trago um abraço muito carinhoso dos meus compadres
Tânia e Teruo Obata, que se sentem
muito bem quando são atendidos por ti lá no Extremo-Sul.
No bairro Ponta Grossa, temos um médico deste
projeto que o Prefeito Fortunati trouxe a Porto Alegre, incentivou, que
realmente está sendo muito hábil e muito sensível com a comunidade que o
acolheu. Quando ando na Ponta Grossa e nas adjacências, falam muito bem desse
médico.
Quero dizer mais: existe uma dívida de repasse de
mais de R$ 45 milhões do Governo do Estado para a Saúde, que não foram
repassados. Às vezes, viemos aqui e se fala... E é normal, quem é oposição tem
que fazer oposição. O senhor, que está aí, do outro lado, que é oposição, tem
que fazer com que este Governo não dê certo. Mas não falam que o seu Governo,
que o Governo estadual tem uma dívida de R$ 45 milhões para repassar para a
Saúde do Município. Eu gostaria de que alguém desse conta desse dinheirinho.
Faz falta. De repente, é uma seringuinha em cada postinho de saúde; de repente,
é um esparadrapo em cada posto de saúde; de repente, é um comprimido em cada
hospital. Se não é muito, não faz falta... Se não estão nem aí para isso...
Para nós, faz falta. Existe uma gestão que está trabalhando para que tenhamos uma
saúde melhor em Porto Alegre. Então, é isso, senhores.
Outro
assunto: eu gostaria de homenagear aqui a atriz Lupita Nyong’o, ganhadora de um
Oscar por participar do filme “Doze Anos de Escravidão”. É uma queniana, que
fez essa esplêndida participação e ganhou o Oscar. Ao mesmo tempo,
infelizmente, aqui na Serra, senhores, mais uma vez – acho que os seus
governantes têm que tomar um posicionamento, os Srs. Prefeitos, os Srs.
Secretários de Segurança, o Ministério Público têm que tomar um posicionamento
nessas cidades da Serra que têm mantido um tipo de preconceito por parte do
futebol. Já houve isso com o Juventude, em outras situações; aliás, mais de uma
situação. Agora, senhores, com o árbitro Márcio Chagas. O que aprontaram na
Serra com esse homem é bom até não falar aqui. Mas eu acho que tem que ter uma
revisão nesse tipo de conceito e acho que o Ministério Público tem que estar
atuante nesse tipo de conceito, tem que estar de olho, tem que ampliar a sua
visão. O que fizerem, esse crime de racismo que está acontecendo infelizmente
na Serra... Engraçado, em uma cidade em que temos sentimentos bem parecidos,
sentimentos solidários, de alegria. O italiano tem esse sentimento do negro de
gostar de festa, de alegria, de falar alto, sentimentos bem parecidos. O que
muda é a cor da pele. E alguns – não são todos, não estou generalizando –
covardes continuam com essa discriminação que muitas vezes a gente diz que é
oculta, escondida. Mas não, agora estão botando para fora. Nós temos que
combater esse tipo de racismo. Obrigado, senhores. Gentileza gera gentileza.
Segurança e paz a todos os senhores!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Presidente, primeiro a minha alegria em vê-la
Presidente dos trabalhos, que nos dá segurança de que a tranquilidade está no
comando da Casa neste momento. Segundo, em aditivo, Vereadora, à informação que
eu já prestei, em homenagem ao nosso companheiro Ver. Bernardino Vendruscolo, a
respeito da sua manifestação em torno do problema de falta de água lá no Jardim
Alto Petrópolis, na Rua Ten. Ary Taragô, 340. A informação atualizadísima dada
pelo Diretor Adjunto do DMAE neste momento é que se trata de uma grande fuga
d’água que está sendo tratada por duas equipes do DMAE. Eles até estranharam
que tivessem negado que não tinha emergência durante a noite. Tem pessoas de
sobreaviso para emergência, evidentemente que não dormem dentro do
Departamento, mas podem ser acionadas. De qualquer sorte, as providências estão
sendo tomadas. Eu reafirmo que é desejo do DMAE – nós esperamos que esse desejo
se confirme – que até o final da tarde o problema esteja resolvido. Muito
obrigado, Vereadora.
A SRA.
PRESIDENTE (Lourdes Sprenger): Está bem, Vereador.
O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR.
THIAGO: Obrigado, Ver.ª Lourdes. Quero fazer algumas colocações com relação ao
que foi dito aqui, inclusive pelo Ver. Comassetto, sobre o Programa Mais
Médicos. Eu quero dizer que sempre que um programa, neste País, envolver
escravidão de seres humanos, vou me posicionar contra. Sempre que um programa,
neste País, envolver pessoas que tenham seu trabalho desvalorizado – sejam
brasileiros ou estrangeiros – aqui, vou me posicionar contra. E é isso o que
tem ocorrido no Programa Mais Médicos. Como foi essa situação? O Governo Federal
passando por dificuldades políticas, sem competência para trabalhar as questões
reais da saúde, sem condições de capilarizar condições dignas de saúde para as
pessoas, importa profissionais, pagando a esses profissionais um décimo do
valor que deveria pagar a brasileiros. Então, a categoria médica realmente –
como médico falo isso – foi colocada como o grande problema de saúde no País.
Os médicos não são o problema de saúde do País; o problema de saúde do País são
condições anãs que se dá ao exercício da medicina. Nós temos excelentes médicos
aqui, nós formamos profissionais com extrema qualidade, por que ela não se
capilariza pela Nação? Por que faltam condições de trabalho. Quero dizer que
esta questão de valorização é fundamental em todos os entes federativos, e
assim deve ocorrer. Hoje estamos percebendo, pelas redes sociais, que nós já
estamos, Ver. Valter, com 60 médicos estrangeiros que deserdaram, vieram ao
Brasil. Com isso conseguiram essa carta de alforria e conseguiram fugir de
Cuba. E os outros – a grande maioria que está aqui – só não o fazem porque o
Governo cubano mantém reféns em Cuba. Reféns, esse é o nome correto! Nós
estivemos percorrendo algumas cidades, Guaíba, Canoas, e pudemos ter contato
com esses colegas, com esses seres humanos. Realmente nos preocupa muito essa
condição. A definição clara é esta: essas pessoas têm familiares em Cuba que
são reféns lá. Eles recebem em torno de R$ 1.000,00 para se manter no Brasil –
o Município ainda dá alojamento e alimentação –; a sua família em Cuba recebe
de R$ 50,00 a R$ 100,00; o restante do dinheiro fica com o governo cubano.
Então, isso é escravidão, isso é trabalho escravo! E é contra isso que nós nos
posicionamos, é contra isso que vamos continuar nos posicionando.
Com relação a algumas provocações que alguns
Vereadores fazem nesta Casa, a realidade do médico hoje não é a realidade de
outrora. O médico hoje é um cidadão que trabalha, via de regra, em dois
empregos públicos; ganha, em cada um deles, um salário que está basilado pela
formação de técnico-científico, em torno de R$ 2 mil a R$ 4 mil, e trabalha em
dois, três empregos para poder ter um padrão de vida considerável. Essa é a
realidade! A realidade do médico rico, a realidade do médico que era elite, que
era a elite da elite, isso não corresponde mais à realidade.
E o Governo Federal, para achar uma justificativa,
para achar o seu Plano Real, o seu Plano Cruzado para ser bem claro – então, o
Plano Cruzado de agora –, é realmente não em cima da economia, mas em cima da
classe que está mais fragilizada, da categoria que, ao longo do tempo, se
fragilizou mais, por realmente não ter participado do processo: os médicos.
Mas, eu quero deixar bem claro que o problema de saúde do País não são os
médicos. Os médicos podem ser o início da solução. O problema de saúde deste
País é financiamento e gestão, que o Brasil deve há muito tempo à sua nação.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Lourdes Sprenger): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em Comunicações.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sra. Presidente,
Ver.ª Lourdes Sprenger, aproveito e cumprimento V. Exa. pela ascensão à
presidência da nossa Escola do Legislativo Municipal, desejando êxito na sua
tarefa. Meus colegas Vereadores, senhoras e senhores, nós estamos entrando em março,
Ver.ª Lourdes, e muitas pessoas ainda não se aperceberam que estamos no limiar
de um dos momentos mais importantes da história brasileira. Nós já temos alguns
anos de redemocratização. Temos avanços no País. Temos alguns retrocessos.
Felizmente temos mais avanços, e entramos no ano de 2014, que é o grande ano da
maturidade política e das eleições no Brasil. É o momento de nós, cidadãos,
afirmarmos aquilo que nós queremos. Neste contexto, e por isso eu digo que
talvez seja uma das fases históricas mais importantes, é que ou um constrói o
seu destino, o seu caminho, ou simplesmente se joga na posição confortável de
ficar reclamando das coisas, reclamando da vida, uma espécie de limbo político
em que ele só reclama, mas que ninguém o ouve. Os que são ouvidos são aqueles
que sabem se organizar. Essa organização, portanto, das pessoas e essa
consciência é fundamental neste momento. O que temos à frente como desafio é
que tipo de realidade, que tipo de país nós vamos construir. E aí não são os
políticos, é a sociedade que constrói os políticos e, a partir da livre
expressão de cada um com seu voto, é que essa sua representação, os políticos
vão construir o modelo de sociedade que nós queremos.
O Brasil tem
avançado. O Brasil já está hoje entre as maiores potências capitalistas do
mundo, mas o Brasil ainda tem enormes contingentes de excluídos e enormes
débitos para com o nosso próprio povo. Há pouco o Delegado Cleiton trouxe a
questão do racismo, que é uma odiosa prática que ainda persiste e que precisa
ser banida, porque este é um País de todos, é um País de muitos e,
principalmente, é um País dos negros, que para aqui trouxeram contribuições que
são fundantes da Nação brasileira. Eles trouxeram a sua contribuição cultural,
que, de todas as etnias, talvez os negros tenham trazido a mais importante, a
que mais predomina no País, fora o seu trabalho e fora o sofrimento inaceitável
da escravidão. Mas precisamos avançar em outras questões. Agora eu vejo que um
cenário de dúvida paira, certos movimentos organizados tensionam. E nós temos
que perguntar com que interesse ou com que propósito, porque tudo tem um
propósito na vida. Na verdade, hoje nós temos dois modelos em disputa. Nós
podemos avançar para uma revolução capitalista, que o Brasil ainda não
experimentou e que as grandes potências do mundo já experimentaram, em que,
sim, há problemas, mas é onde se consegue fazer a verdadeira inclusão. Olhando
para a história da humanidade, Ver. Delegado Cleiton, para o que nós passamos
no séc. XX, as experiências totalitárias – da mais odiosa, a racista, que é o
nazismo, ao comunismo –, todas elas infelizmente, dotadas dos melhores
propósitos algumas, outras não, fracassaram. A experiência nos ensina que é na
democracia, nas liberdades individuais e no modelo do capital que permite um
empreendedorismo do cidadão que se consegue construir uma sociedade mais justa.
É nesse sentido que
me parece que nós temos que acordar agora, para outubro, porque a construção
deste Brasil depende do voto de cada um. Não é simplesmente dizendo que não
quer político e anulando voto porque isso não constrói nada, só permite que
aqueles que se organizam ganhem fatias de poder do Estado e construam a
realidade que querem. Então, se eu não quero, por exemplo, avançar para uma
experiência comunista no Brasil, ou socialista ou o que seja, se eu quero
avançar para um capitalismo desenvolvido, eu tenho que tomar parte. Ou se eu
quero um sistema socialista, que já foi experimentado em outros lugares e deu
errado, mas eu quero fazer aqui, então, também tenho que tomar parte. As
pessoas precisam se acordar para isso, para a importância histórica deste
momento. E nós somos um parlamento, Sra. Presidente, nós temos uma televisão,
nós temos a obrigação de reverberar, a partir aqui da Casa, este chamamento.
Quero deixar a minha
opinião e a minha experiência pessoal. Nós devemos nos espelhar naquilo que deu
certo, naquilo que funciona, aproveitando o melhor da experiência humana para
fazermos os ajustes e os acertos que precisam ser feitos. Mas a roda já foi inventada;
Colombo, há muito tempo, já colocou o ovo em pé. Não há grandes novidades no
mundo. Então, vamos aproveitar a ciência, o acúmulo, a cultura que as
sociedades já têm até hoje, e avançar com paz, com tranquilidade na via
institucional e no caminho dessa revolução que eu acho que o Brasil precisa
experimentar, que é a revolução do indivíduo poder empreender, do Estado lhe
responder na medida daquilo que lhe toma, e que consigamos, em paz, andar no
caminho sempre nascendo da liberdade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Lourdes Sprenger): Visivelmente,
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 16h12min.)
* * * * *